O presidente da Câmara Municipal de Ariquemes, vereador Filipe Rozique (União), fez um duro pronunciamento, na última semana, no qual criticou a atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que o país vive o que chamou de “escalada de escândalos na mais alta corte”. As declarações foram publicadas pelo parlamentar em suas redes sociais e rapidamente repercutiram entre apoiadores e opositores.
Segundo Rozique, episódios envolvendo ministros do STF e grandes grupos econômicos têm colocado em xeque a confiança da população na instituição. O vereador relembrou o caso do habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes ao empresário Jacob Barata, após ele ter sido preso na Operação Ponto Final, um desdobramento da Operação Lava Jato. Ele citou que o magistrado havia sido padrinho de casamento da filha do empresário, fato que gerou questionamentos à época.
Rozique também mencionou o episódio envolvendo o ministro Dias Toffoli e o Banco Master. Em seu discurso, o vereador criticou a viagem feita por Toffoli em um jatinho ao lado de um advogado ligado ao banco, durante a final da Libertadores, bem como a relutância em tornar públicos detalhes do processo que chegou ao STF. O parlamentar afirmou que a decisão de decretar sigilo total “gera dúvidas que precisam ser respondidas à sociedade”.
Durante o relato, Rozique fez referência ainda às informações divulgadas pela imprensa sobre honorários atribuídos à esposa do ministro Alexandre de Moraes, Viviane Barsi, no valor de R$ 129 milhões — informações que circulam publicamente, mas não tiveram confirmação oficial. O vereador citou o tema como exemplo do que considera falta de transparência em casos envolvendo autoridades de alto escalão.
Ao final, o presidente da Câmara lamentou o que classifica como “impunidade” e criticou a decisão do ministro Gilmar Mendes que, segundo ele, teria impossibilitado processos de impeachment contra ministros do Supremo — decisão que foi alvo de debates jurídicos no país. “É uma vergonha. Acabou o faz de conta, acabou o teatro. Só nos resta pedir a Deus que tenha misericórdia do nosso país”, declarou.
O posicionamento firme do vereador reacende discussões sobre o papel do STF e os limites entre as funções dos Poderes.
Por Redação
